sábado, 15 de maio de 2010

Apologia a Liberdade Negra

Comentário
Ainda não somos livres
No século XIX, era comum esse tipo de tratamento aos seres humanos de pele negra. Com a Abolição , no final desse século, muitas coisas mudaram. Quem conviveu naquela época, a exemplo, minhas avós maternas, poderam ver e sentir nos olhos negros, em muitos anos o prazer da liberdade, a sensação de um bem estar jamais experimentado. No entanto, em meio a todas as mudanças, algo passou despercebido, camuflado no sentimento de liberdade: O preconceito. A liberdade tão esperada continuava a ser manchada com o sangue de muitos e dessa vez, com muito mais ódio e discriminação. Naquela sociedade, era proibido ser “ preto “. O mundo teria que pertencer aos brancos. Sentimentos semelhantes a esses, perduram por mais tempo do que se imagina. E o pior, é que não precisamos ir longe ou voltar ao passado para comprovar que eu estou certo ao dizer que a liberdade não aconteceu como esperava-se. Os grilhões foram afastados, mas suas marcas ficaram na pele de toda uma descendência que hoje ainda sofre por ser negra. Em muito a humanidade evoluiu em seus conceitos sobre o negro, porém a indiferença ainda é grande aos apelos de milhões de africanos que covardemente são levados aos conflitos raciais; a indiferença aos milhões de pessoas que estão condenadas a morrer, vítimas da AIDS. Temos que parabenizar à todos em todo o mundo , que mudaram seus conceitos sobre o negro, mas devemos lembrar que há muito o que fazer para que vivamos em paz com a conciência e tenhamos a condição de dormir sossegadamente, por não fazermos parte dos que buscam nas diferenças físicas o direito de discriminar, perseguir e excluir de uma sociedade que avança em pesquisas e tecnologias de ponta, o outro. Sou afrodescendente e tenho o orgulho de pertencer a este grupo, que tanto fez e faz pelo Brasil. Não espere chegar o 20 de novembro para lembrar da conciência . O primeiro passo foi dado em 13 de maio de 1888, resta-lhe propagar a liberdade e o direito à igualdade. Mas chegará o dia em que diremos: Somos todos irmãos. Do mesmo sangue. Da mesma carne.

Porto Seguro-Ba-Brasil
15 maio de 2010, Jurandy Santos Nascimento

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