Comunicado à sociedade.
Porto Seguro, 21 de setembro de 2009
Os professores da Costa do Descobrimento, neste momento de profunda dor, clamam por sua atenção e apoio. Estamos passando por uma situação muito dolorosa, porque a ausência do nosso amigo Elisney entristece a nossa alma, e o sofrimento de Álvaro, que ainda se encontra no hospital, nos faz sofrer também.
Nossas orações não cessam, e sabemos que muitos de vocês também não param de orar, pedindo pela paz e pela vida do nosso amigo, que luta pela sobrevivência. Agradecemos muito por este gesto de solidariedade e amor, pois a certeza do carinho de todos vocês por nós e pela nossa causa é o que tem nos mantido de pé.
Ney era muito mais que o representante dos professores. Era um grande amigo, um pai, esposo, irmão e filho exemplar, um educador que sonhava com um futuro melhor para os seus alunos, que se preocupava com a aprendizagem de cada um deles. Um homem capaz de enfrentar qualquer adversidade para defender os direitos daqueles que o rodeavam. Prova disso é que deu a vida para salvar seu amigo, sem pestanejar.
Álvaro também tem as mesmas qualidades que Ney. Seu aspecto de menino esconde a sua força, a convicção de que a justiça se coloca, sim, ao lado dos mais fracos, quando estes não se calam diante de tanta crueldade que há nesse mundo, quando se unem na busca de transformação social em prol dos pequeninos. “Podem me matar”, diz ele, “mas não posso me calar diante da injustiça”. Só agora entendemos o que está por trás destas palavras.
Diante de tanto amor pela Educação, pelas nossas crianças e adolescentes, pelos colegas de profissão, observando tanta dedicação pelo próximo, não podemos permitir que a imagem dos nossos amigos seja manchada por calúnias. Ney e Álvaro não foram vítimas de assalto, nem de tráficos de drogas como muitos andam dizendo, o crime não aconteceu por causa de dívidas, como outros afirmam. Tudo isso é uma grande mentira. Nossos amigos sofreram um atentado cruel, por serem membros da APLB SINDICATO, e sabemos que Álvaro era o alvo principal, porque não tem medo de dizer o que pensa, arrisca sua vida para defender as causas que acredita serem justas, usa a sua voz para defender os direitos dos que estão sendo injustiçados.
Não vamos deixar que tantas calúnias atrapalhem o trabalho da Polícia. Aliás, só ela poderá dizer quem é o verdadeiro culpado, ao final das investigações. Tudo o que sabemos, agora, é que nossos amigos foram vítimas de um plano cruel de um psicopata que se incomoda quando uma voz não se cala diante das injustiças sociais que imperam em nosso país.
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